Eu vejo o Espírito, não como uma presença distante, mas como o próprio pulmão de Deus, aquele que dá fôlego à criação e à nossa existência. Ele não se manifesta como um raio ou como um vento violento, mas como um sussurro suave que preenche cada espaço do ser, cada curva do universo. Sua ação é tão profunda que toca o que não se vê, toca o que não se toca.
Ele é o Consolador. Quando a dor chega, quando o cansaço toma o corpo e a alma, Ele vem, não como quem promete tirar o sofrimento, mas como quem caminha ao nosso lado, compartilhando nossa jornada. Ele não nos livra das sombras, mas acende a luz que brilha dentro de nós, para que possamos seguir, ainda que o caminho seja tortuoso. Ele nos consola, não com palavras vazias, mas com a certeza de que, mesmo no deserto, há uma fonte que nunca seca.
Ele é o Guia. Nos momentos de dúvida, quando a estrada se perde no horizonte e o futuro é um mistério, o Espírito não apenas nos indica o caminho. Ele se torna o próprio caminho. Ele nos conduz sem pressa, sem imposição, mas com paciência. Cada passo nosso é ouvido por Ele, cada indecisão, Ele a compreende. E ainda assim, Ele nos chama a avançar, a confiar, a caminhar na direção do que é eterno, do que é bom.
Ele é o Transformador. Como o oleiro que modela a argila, Ele não nos obriga a ser outra coisa, mas nos desperta para nossa verdadeira essência. Ele pega nossa fragilidade e a refaz, não em algo perfeito aos olhos do mundo, mas em algo que reflete a beleza da graça. Ele nos renova, dia após dia, nos moldando para que, em nossa humanidade, possamos refletir a divindade.
Ele é o Doador de Sabedoria. Quando o coração está turvo, quando as perguntas não têm respostas, Ele traz a sabedoria que não se aprende nos livros, mas no coração. Ele abre os olhos para enxergarmos o divino no cotidiano, para encontrarmos Deus nos detalhes que nos escapam, nos pequenos gestos de amor, na justiça que clama em silêncio, na paz que se revela na tempestade. Ele não é o farol distante, Ele é a luz que nos guia em cada passo da nossa existência.
Ele é o Intercessor. Ele sente o que não sabemos dizer, traduz o grito da alma que não encontra palavras, e apresenta ao Pai as nossas mais profundas necessidades, não as que falamos, mas as que carregamos no mais íntimo. Ele é a ponte entre o humano e o divino, a mão que nos eleva quando não temos forças para levantar. Ele é o elo invisível que une nossas fragilidades ao poder infinito de Deus.
E Ele é o Santificador, aquele que, sem pressa, nos ensina a viver a santidade não como algo inalcançável, mas como uma jornada diária. Ele nos lembra que a santidade não é ausência de falhas, mas a presença constante de uma misericórdia que nos permite recomeçar. Ele nos chama a olhar para além de nossos próprios limites, a buscar a pureza do coração, a bondade, a verdade. Ele nos santifica, não porque somos dignos, mas porque, em Seu amor, Ele nos vê além do que somos, nos vê como o Pai sempre quis que fôssemos: completos Nele.
Cada atributo do Espírito Santo é uma faceta de Deus, uma revelação do Seu caráter eterno e imutável. Ele não é uma força impessoal ou uma energia vaga. Ele é Deus, ativo, presente, operante em nós e no mundo, nos revelando a profundidade do amor do Pai e do Filho. Ele é o Espírito que cria, que guia, que renova, que ensina, que intercede e que santifica.
Quando Ele se move, a criação respira. Quando Ele toca, o coração se transforma. E, quando Ele habita, a vida se torna plena.
É por Ele, por Sua presença, que o reino de Deus se manifesta. E é através dele que somos feitos mais semelhantes ao nosso Criador, até que, um dia, possamos ver face a face, e ser como Ele sempre sonhou que fôssemos.
Forte abraço em seu coração.
Pr Joao Wojcicki